Sem reajuste desde 2013, bolsas de pós-graduação na Bahia perdem valor de compra para estudantes

Futuros mestres e doutores em formação por universidades baianas recebem o mesmo valor de bolsa há quase 10 anos. Sem reajuste desde 2013, pós-graduandos se queixam da falta de paridade do valor recebido na Bahia com relação a outros estados.

Em outras unidades da federação, os reajustes começaram a ser feitos no ano passado. Enquanto aqui, na Bahia, um mestrando recebe R$ 1.500 de bolsa e um doutorando R$ 2.200, em estados como Amazonas, o valor é de R$ 2.100 e de R$ 3 mil, respectivamente. Já em São Paulo, um estudante de mestrado pode receber como auxílio até R$ 2.494 e de doutorado R$ 4.285.

Em 2013, quando o valor foi definido, a bolsa de mestrado na Bahia equivalia a três salários mínimos. Hoje, não chega nem a 1,5 salário. Só para se ter uma ideia a inflação acumulada dos últimos dois anos no país foi de 14,58%.

Segundo Vinicius Pales Quaresma, coordenador jurídico da Associação de Pós-graduandos da Ufba, a Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia) afirmou estar analisando um reajuste. “Esse ano, eles fizeram até um post dizendo que estavam estudando fazer esse aumento, mas desde então nada foi feito”, conta.

O temor dos estudantes é ainda maior, quanto mais o tempo passa. Perto do período eleitoral, o reajuste não pode ser feito. “Faltando três meses para eleição, eles não poderiam mais aumentar esse valor, porque seria visto como medida eleitoreira”, explica Quaresma.

Procurada, a Fapesb disse que enviaria uma resposta para a reportagem. A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovações (Secti) também foi procurada e também se comprometeu a enviar uma nota sobre o assunto.

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