A série Messias (Messiah, no original) da Netflix deixou perplexos muitos cristãos, que se perguntam que mensagem os criadores da série estavam procurando compartilhar com a produção, que é bastante ambígua e obscura.
Lançada em 1º de janeiro, a série é narrada a partir da perspectiva de uma agente da CIA que está determinada a entender o fenômeno mundial que cerca um homem religioso conhecido por alguns como Al-Masih – termo em árabe para Messias – (interpretado por Mehdi Dehbi), que afirma ser enviado por Deus.
Criada por Michael Petroni, Messias descreve as reações das pessoas em relação a um homem ambíguo que quer ser percebido como Cristo e afirma ser enviado por Deus. Ele constrói seguidores mundiais com pessoas de diferentes origens religiosas, incluindo judeus, cristãos e muçulmanos.
De acordo com a jornalista Jeannie Law, do portal The Christian Post, a série se torna convincente por representar como “a sociedade secular pode reagir a um homem que afirma ser o Messias hoje em dia”.
“Uma parte conflitante da série é que Al-Masih nunca afirma no que acredita. Muitos de seus atributos imitam Cristo, como andar sobre a água e ressuscitar os mortos, entre muitas outras coisas, mas essa segunda vinda não está de acordo com o que as Escrituras dizem. A Bíblia está clara que a volta de Cristo será uma visão que o mundo inteiro contemplará”, acrescentou Jeannie.
Apocalipse 1:7 declara: “Eis que Ele vem com nuvens, e todos os olhos o verão”. Esse versículo especifica que não haverá uma pessoa em toda a Terra que não saiba da volta de Jesus. Mas Messias apresenta Al-Masih como uma espécie profeta que lentamente constrói seguidores de uma seita.
Jeannie Law acrescenta que, “embora a série tenha ótima qualidade de produção, um elenco de destaque e seu senso de mistério contribuam para uma história convincente, não está claro qual é o motivo por trás disso”.
A participação do casal cristão Mark Burnett e Roma Downey na produção era vista como um selo de procedência para muitos cristãos norte-americanos, já que a dupla produziu a elogiadíssima A Bíblia.
O criador, Michael Petroni, se justificou diante dos questionamentos, afirmando que a série “nos desafia a examinar em que acreditamos e por quê”.
“Sua declaração é precisa, porque a série obriga os cristãos a refletirem sobre quão facilmente eles podem ser enganados se alguém que afirma ser o Messias estivesse realizando milagres semelhantes hoje, como Jesus fez milhares de anos atrás”, contrapôs a jornalista Jeaanie Law.
Na série, entretanto, há um alerta sobre a apostasia: um dos personagens, um pastor batista, se vê diante de Al-Masih em meio a uma crise de fé. Ele pontua que a Bíblia diz que a segunda vinda de Cristo será aos olhos de todos nas nuvens, porém mais tarde se converte e se junta ao homem misterioso em sua busca para cumprir o que eles acreditam ser “a vontade de Deus”, e até o chama de “o salvador”.
“Outros tópicos discutidos na série provocativa incluem aborto, infertilidade, alcoolismo e prostituição. Após cada episódio, os espectadores ficam com a sensação de que não têm ideia de quem é esse personagem do Messias […] Embalada com vários ensinamentos sólidos e a mensagem retumbante de que o pecado traz punição, a primeira temporada de Messias termina com a implicação de que Al-Masih pode ser uma fraude, um mágico ou um terrorista radical”, finaliza a jornalista.
por Tiago Chagas – Gospel +