Servidora pública expõe pai da filha nas redes após constante atrasos na pensão alimentícia

“A vergonha não é minha”. É assim que começa o desabafo da servidora pública Renata Passos. Mãe de uma menina de 10 anos, ela se vê há pelo menos seis meses cobrando o pagamento da pensão alimentícia do pai da criança. O que revolta Renata é que, apesar dos atrasos constantes, o homem está com viagem programada para correr uma maratona no Rio de Janeiro.

Nas redes sociais, Renata deixou o seu relato e levantou um movimento para que outras mulheres, em situações semelhantes, compartilhem seus casos. “Coragem para mostrar a realidade de vocês. A vergonha não é nossa”, afirmou em uma postagem.

Ao Metro1, Renata contou que, desde o começo do ano, o pai atrasa a pensão alimentícia determinada pela Justiça. “As justificativas são sempre as mesmas: que ainda não recebeu, que está sem dinheiro”.

“Mas o que choca é que ele leva um estilo de vida que não é compatível com essas justificativas. Faz faculdade particular, frequenta academia, mora na Pituba em um apartamento de três quartos. Vai viajar agora para participar de uma maratona no Rio de Janeiro. Já foi para outra maratona no Chile. Mas na festa de aniversário dela e na época de comprar material escolar ele não contribuiu porque disse que estava sem dinheiro. É um desrespeito, um abuso muito grande”, desabafou Renata.

Na conversa compartilhada por Renata nas redes sociais, o argumento do pai é que a viagem já estava comprada desde o ano passado. O homem ainda sugere ainda que diminua a pensão ou mude a data de vencimento para evitar os atrasos.

“Se ele não tem dinheiro, que ele prove judicialmente e diminua. O que não dá mais para aguentar é essa falta de cuidado, eu ter que ficar pedindo por um direito. A sensação de poder do homem na nossa sociedade é tão grande que ele desrespeita o que foi determinado pela Justiça sem constrangimento algum”, afirmou.

Depois de todo o desgaste com o pai de sua filha, Renata tem dificuldades para dormir e precisa tomar remédios. O atraso da pensão alimentícia, de acordo com ela, é mais um dos abusos sofridos. A servidora pública contou que, quando engravidou, recebia ofensas do então companheiro por ter engordado com a gestação. Depois que se separou, o homem a acionou judicialmente por alienação parental. Na época, a filha deles tinha apenas 8 meses de idade. Dez anos depois, o pai continua falando em alienação parental. Renata não tem dúvidas de que essa é uma forma de intimidá-la.

Para a mãe, compartilhar sua história torna tudo menos doloroso. “Quando você fala, você vê que essa não é uma dor só sua. A gente vai ficar achando que as coisas vão melhorar e que somos fortes. Mas, enquanto isso, a vida deles vai seguir normalmente e eles seguem se desresponsabilizando. A sociedade precisa envergonhá-los”, desabafou.

Procurado, o pai da criança, o advogado Vitor Viana, afirmou que nunca deixou de pagar pensão, portanto, não tem “nada a dever”. “Só vou ter trabalho de entrar com o processo contra a mãe”, informou. (Metro1)

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