SP confirma mais duas mortes por febre maculosa e número de óbitos pela doença vai a seis no estado

A confirmação da morte da namorada do piloto, Mariana Giordano, de 36 anos, saiu na segunda-feira (12).

Fazenda Margarida, local de eventos onde casal provavelmente foi contaminado por febre maculosa — Foto: Reprodução

O Instituto Adolfo Lutz confirmou nesta terça-feira (13) mais duas mortes por febre maculosa. A amostra do piloto Douglas Costa, de 42 anos, deu positiva para a doença. Além dele, outra jovem, de 28 anos, também morreu com a doença, segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo.

A confirmação da morte da namorada do piloto, Mariana Giordano, de 36 anos, saiu na segunda-feira (12).

Eles participaram de uma festa com feijoada no dia 27 de maio em uma fazenda na área rural de Campinas, no interior do estado. Douglas e Mariana passaram a ter sintomas de febre, manchas avermelhadas pelo corpo e dores no dia 3 de junho e faleceram cinco dias depois.

A jovem de 28 anos apresentou febre, cefaléia, choque e crise convulsiva, com início dos sintomas em 3 de junho. Foi internada no dia 7 de junho e foi a óbito em 8 de junho. Ela esteve na mesma festa que o casal frequentou em Campinas.

“Além do casal há mais uma mulher de 28 anos que também frequentou esse evento no dia 27 de maio, que foi uma feijoada nessa fazenda. Começaram a ter sintomas compatíveis com febre maculosa dia 3 de junho e os três evoluíram a óbito no dia 8 de junho”, disse Andrea Von Zuben, diretora da Vigilância em Saúde de Campinas.
Com essas três mortes, vai a seis o número de mortos com a doença. Um caso de uma adolescente de 16 anos que estava na mesma festa e está internada em hospital de Campinas está sendo investigado.

“Em 2023, foram registrados 12 casos de febre maculosa com 6 óbitos, incluindo os três confirmados desde segunda-feira (12) em todo o estado. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos”, diz boletim do Adolfo Lutz

Local deve ser multado
Ainda de acordo com a Prefeitura de Campinas, o local onde as três contaminações devem ter acontecido será autuado.

“A gente vai dar um auto de infração porque os organizadores dos eventos tem colocar placas nos lugares da fazenda. Quando eles venderem ingressos para eventos, eles precisam colocar o alerta que tem esse risco. Se a pessoa tiver febre nos próximos 15 dias elas tem que contar para o médico”.

O g1 entrou em contato com a Fazenda Margarida, que disse que irá se manifestar até o final desta terça (13).

Febre maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato, ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença.

Ainda de acordo com a secretaria, na região metropolitana da capital paulista, há pouquíssimos registros dada a urbanização da área.

No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, em áreas mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença.

Em 2023, foram registrados 9 casos de febre maculosa e 3 óbitos. Ambas as versões são potencialmente letais e demandam atendimento rápido para o recebimento de antibiótico específico.

A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.

Morte precoce

No dia 27 de maio, o casal almoçou em uma fazenda em Campinas. Nos dias 3 e 4 de junho, foram para Monte Verde, no Sul de Minas Gerais.

Os sintomas começaram a aparecer no dia 3 de junho. Eles relataram febre, dor e manchas vermelhas na pele. Os dois morreram 5 dias depois, na quinta-feira, 8 de junho. Douglas morreu por volta das 12h, e Mariana às 16h.

Casos no país

Em nota, o Ministério da Saúde disse que mantém contato com o Centro de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo e com o Centro Informações Estratégicas De Vigilância Em Saúde (CIEVS-Nacional) para acompanhar as investigações do caso.

A pasta ainda afirma que realiza a distribuição de antimicrobiano para o tratamento da febre maculosa aos estados e vem promovendo ações de capacitações direcionadas às vigilâncias estaduais e municipais, assim como vem realizando a divulgação de diretrizes técnicas com orientações de manejo clínico e ambiental.

Mortes por conta da doença no país até início do mês:

  • 2020: 191 casos
  • 2021: 231 casos
  • 2022: 190 casos
  • 2023: 48 casos

Nota Adolfo Lutz

“O Instituto Adolfo Lutz confirma o diagnóstico de febre maculosa de um homem e duas mulheres que estiveram num evento numa fazenda na região de Campinas no final do mês passado. Uma adolescente de 16 anos que estava no mesmo local está internada em hospital no município de Campinas e o caso está em investigação.

Em 2023, foram registrados 12 casos de febre maculosa com 6 óbitos, incluindo os três confirmados desde segunda-feira (12) em todo o Estado. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.

SOBRE A DOENÇA

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato, ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.

Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença. Na região metropolitana da capital, há pouquíssimos registros dada a urbanização da área. No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, nas regiões mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença. O tratamento é realizado com antibiótico específico.

ORIENTAÇÕES

A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.

As regiões onde existe transmissão de Febre Maculosa no estado de São Paulo podem ser encontradas em mapas interativos no formato de QR code, no site do CVE ou em publicações como o BEPA.” (G1)

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