Torcida do Vitória manifesta repúdio após clube contratar jogador condenado por agressão

Foto : Divulgação

Sem anunciar oficialmente, o Vitória contratou o atacante Wesley Pionteck, de 24 anos, e registrou o atleta na CBF, conforme publicação no Boletim Informativo Diário (BID) ontem (11). Foi o estopim para uma manifestação de grande parte da torcida rubro-negra em repúdio ao acerto do jogador com o clube. Isso porque o atacante foi condenado por espancar a ex-namorada enquanto a sua filha de 4 anos, de outro relacionamento, assistia TV em outro cômodo da residência. O crime aconteceu em 2019 e Pionteck recebeu a pena de 1 ano e 4 meses em regime aberto, punição que ainda está em vigor. Nas redes sociais, a torcida do Vitória divulgou uma hashtag contra a contratação: “#WesleyNão“.

O coletivo Elas na Bancada emitiu uma nota afirmando que a negociação do clube não representa o desejo da torcida. “Repúdio ao clube que diz respeitar e amar a torcida feminina e, logo depois, resolve trazer um jogador que ainda está cumprindo a pena por agressão a mulher. Repúdio a contratação de um agressor, que mostra total desprezo e falta de respeito para/com a torcida feminina. Repúdio a confirmação de contrato mesmo após saber o quanto ofendia as mulheres que torcem pelo time”, escreveu o grupo. 

Quem também rechaçou a contratação foi o grupo Brigada Marighella. Em nota no Instagram, o coletivo alertou que torcedoras que denunciaram a contratação estavam sendo ameaçadas nas redes sociais. “Por último, informamos que estamos atentos às ameaças que algumas torcedoras vêm sofrendo. É esse o clima que se instaurou, a torcida do Vitória está assumindo a identidade violenta e autoritária do atual presidente. Porém não aceitaremos agressores dentro e fora de campo!”, disse.

Patrocinadores pressionados

Junto com a hashtag, torcedores se mobilizaram para pressionar patrocinadores do clube a repudiarem a contratação de Wesley Pionteck. Entre os mencionados nas redes sociais estão a Casa de Apostas, a distribuidora de combustíveis Larco e a cervejaria Brahma. No ano passado, o Paraná Clube desistiu da contratação do atacante após o grupo de torcedoras do Paraná Clube “Gralhas da Vila” postar em suas redes sociais uma nota criticando a postura e lembrando que o Tricolor já participou de campanhas que tratam da violência contra a mulher. A situação foi a mesma repetida neste ano, quando Wesley começou a negociar com o Juventude. O jogador chegou a iniciar trabalhos físicos no clube catarinense, mas a manifestação de patrocinadores e a repercussão negativa fez o time recuar da contratação. 

“Perdeu a cabeça”

A agressão pela qual o atacante foi condenado aconteceu em janeiro de 2019, em Bragança Paulista-SP. O jogador provocou lesões corporais graves na então companheira e a ameaçou, como consta no processo. A vítima afirmou que era agredida desde o começo do relacionamento e que, na noite em questão, Wesley a golpeou com uma faca.

Os policiais militares que atenderam ao chamado na noite do crime relataram que a mulher estava “ensanguentada”. Quando interrogado, o atleta disse que “perdeu a cabeça” por causa do ciúmes. (Metro1)

google news