“Uma pessoa branca no poder não vive racismo num país racista”, diz ouvidora-geral da Defensoria Pública sobre Marcelle

Foto: Arquivo
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A fala da vereadora Marcelle Moraes de que teria sido vítima de racismo durante protesto a favor da memória da líder religiosa Makota Valdina na Câmara Municipal foi rebatida veementemente pela ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado, Vilma Reis.  Marcelle protagonizou uma cena polêmica na Câmara na última semana. Logo após o minuto de silêncio em homenagem a Makota, falecida dias antes, a vereadora integrou o minuto à morte de um hipopótamo. O ato foi visto como racismo e intolerância religiosa. A edil se desculpou após repercussão negativa do caso. Na sessão seguinte, líderes religiosos foram ao plenário protestar contra a vereadora. Na ocasião houve muita confusão e bate boca. Marcelle então pediu novamente um minuto de silêncio pela morte do animal, o que  revoltou ainda mais os líderes. Um dos manifestantes, segundo Marcelle, teria a chamado de “branca escrota”. A vereadora então disse que sofreu racismo. “Não defendemos nenhum tipo de ataque a nenhuma pessoa, nem negra nem branca nem indígena, pode ter ocorrido alguma fala no calor do debate, agora racismo uma pessoa branca no poder ela não vive num país racista. Não existe racismo ao contrário, existe a fala do opressor que muitas vezes passa pela boca do oprimido”, disse Vilma Reis ao comentar o caso, nesta quinta-feira (28) durante sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia. Conforme a Ouvidora, a Defensoria vai acolher ação, caso integrantes de movimentos sociais entrar com representação contra a edil. “Na defensoria especializada de enfrentamento ao racismo, se for essa a posição dos movimentos que foram à Câmara, nós vamos acolher sim”. Sobre o caso ela afirmou que “aquilo nos tocou profundamente, Makota Valdina não recuou em nenhuma luta nos últimos 40 anos. Os parlamentares pediram um minuto de silêncio pela sua passagem. Eu recebi com perplexidade, é de muita tristeza, Makota é educadora, ativista, de candomblé que pautou toda sua vida para enfrentar as questões de racismo, de intolerância e ela nunca foi a pessoa de excluir, ela sempre acolheu. O parlamento deve ser um lugar de afirmação dos direitos humanos, de se pensar no bem viver e na pluralidade da sociedade”, avaliou. (Bocão News)

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