PF deflagra operação contra o contrabando de migrantes e lavagem de dinheiro

Foto: Divulgação/PF
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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (31), as maiores operações internacionais já realizadas em investigação contra o contrabando de migrantes e a lavagem de dinheiro.

Estão sendo cumpridos oito mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Embú das Artes (SP), Taboão da Serra (SP) e Garibaldi (RS). Além disso, foram bloqueadas judicialmente 42 contas bancárias utilizadas na prática dos crimes. As operações, batizadas Estação Brás e Bengal Tiger, foram determinadas pela 10ª Vara Federal Criminal Especializada em Lavagem de Dinheiro de São Paulo e pela Justiça Federal do Acre.

Os inquéritos foram iniciados em maio de 2018, após cooperação entre a Polícia Federal e a U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE), agência norte americana de imigração. À época, foi noticiado à Polícia Federal que estrangeiros, domiciliados em São Paulo, estariam liderando organização criminosa voltada à promoção de migração ilegal de pessoas para os Estados Unidos.

Foi apurado que um grupo criminoso providenciava solicitações de refúgio ou o fornecimento de documentos de viagem falsos (passaportes, vistos e cartas de tripulantes marítimos) a migrantes ilegais oriundos de países do sul da Ásia, em especial Afeganistão, Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão.

Com os documentos, os migrantes ilegais partiam de seus países por via aérea com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, por onde ingressavam no continente americano.

Após serem recebidos pela organização criminosa, eles seguiam, então, para Rio Branco (AC) e dali atravessavam a fronteira com o Peru, prosseguindo até a fronteira do México com os Estados Unidos.

Há indícios de que os contrabandistas identificados em São Paulo centralizavam e detinham o pleno domínio de toda a rota clandestina, por meio do contato com outros associados em todos os países e continentes envolvidos. Foi constatado, ainda, que os migrantes, durante o tempo em que permaneceram em São Paulo, sofriam maus-tratos.

Identificou-se, por fim, que a organização criminosa movimentou no Brasil, indevidamente, ao menos dez milhões de dólares americanos, entre os anos de 2014 e 2019, tendo empregado diversas técnicas de lavagem de dinheiro.

Os investigados responderão pelos crimes de contrabando de migrantes (qualificado pela submissão a condições desumanas e degradantes), lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 3 a 10 anos de prisão.

A deflagração das operações ocorre simultaneamente em 20 países da América do Sul e Central, ao longo da rota clandestina de migração, com a intensificação do controle migratório ao longo de toda a rota percorrida pelos contrabandeados. (Com Agência PF)

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