Dívida Pública Federal supera R$ 7 trilhões em outubro devido aos juros elevados

Aumento é resultado da alta da Taxa Selic e variação do câmbio, e a dívida volta a ficar dentro da previsão do governo.

A Dívida Pública Federal (DPF) voltou a superar a marca dos R$ 7 trilhões em outubro, registrando R$ 7,073 trilhões, uma alta de 1,8% em relação ao mês anterior. Em setembro, o valor da dívida estava em R$ 6,948 trilhões. Essa elevação ocorre principalmente por conta do alto nível da Taxa Selic, que impacta diretamente os juros da dívida.

A alta da dívida está dentro da banda prevista no Plano Anual de Financiamento (PAF), que, após revisão em outubro, projeta que o estoque da DPF deve variar entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões ao final de 2024.

Aumento da Dívida Mobiliária Interna

A Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), composta por títulos do governo brasileiro, subiu 1,62%, passando de R$ 6,64 trilhões em setembro para R$ 6,748 trilhões em outubro. O Tesouro Nacional emitiu R$ 42,5 bilhões a mais do que resgatou em títulos no mês, com destaque para os papéis corrigidos pela Taxa Selic.

A principal razão dessa variação foi a apropriação de juros, que somaram R$ 64,84 bilhões, ou seja, o governo incorporou ao estoque da dívida os juros devidos sobre os títulos. A Taxa Selic está atualmente em 11,25% ao ano, o que pressiona o crescimento da dívida.

Em outubro, o Tesouro emitiu R$ 109,8 bilhões em títulos e resgatou R$ 67,29 bilhões. A maior parte dos papéis emitidos foi corrigida pela Selic, totalizando R$ 70,33 bilhões, enquanto os vencimentos de títulos prefixados (com juros definidos no momento da emissão) somaram R$ 63,84 bilhões.

Aumento da Dívida Externa

A Dívida Pública Federal Externa (DPFe) também apresentou crescimento, subindo 5,82%, passando de R$ 307,34 bilhões em setembro para R$ 325,22 bilhões em outubro. Esse aumento foi impulsionado pela valorização do dólar, que subiu 6,05% no mês passado. A alta do câmbio é atribuída ao atraso na redução dos juros nos Estados Unidos e aos impactos das eleições brasileiras.

Essa dinâmica reflete a pressão da economia global sobre a dívida pública brasileira, com a alta da Taxa Selic e a variação cambial agravando o endividamento do governo federal.

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