A Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2023, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe um dado preocupante: apenas 25,12% dos 417 municípios da Bahia possuem políticas públicas específicas para mulheres. O estudo evidencia uma desigualdade significativa no acesso a serviços e programas voltados ao gênero, especialmente nas cidades de menor porte.
Embora tenha ocorrido um aumento no número de municípios com iniciativas para mulheres entre 2018 e 2023, a Bahia ainda está abaixo da média do Nordeste. Enquanto estados como Pernambuco se destacam com quase todos os municípios implementando estruturas dedicadas, a Bahia segue em uma posição desfavorável no cenário regional.
Outro dado revelador é a composição racial dos titulares dos organismos que implementam políticas para mulheres. Na Bahia, 57% desses gestores são brancos, seguidos por pardos (35%) e pretos (7,1%). No entanto, as regiões Norte e Nordeste registram a maior presença de gestores pardos, o que evidencia as desigualdades raciais no Brasil e a necessidade de promover maior diversidade nos espaços de decisão.
Além disso, a pesquisa mostra que, na maioria das cidades baianas com políticas para mulheres, as ações estão vinculadas a outras secretarias, como a de Assistência Social, sem autonomia e recursos próprios. Esse cenário reforça a urgência de institucionalizar e fortalecer essas políticas, garantindo que elas atendam, de forma mais eficaz, às necessidades das mulheres.