Se estivesse vivo, Renato Russo, considerado por muitos o maior poeta do rock brasileiro, completaria nesta quinta-feira (27) 65 anos. Mesmo após quase três décadas de sua morte, seu legado permanece forte na memória cultural do país.
Renato Manfredini Jr., nome de batismo do artista, foi muito mais do que um músico. Jovem estudante de jornalismo no Ceub, apaixonado pelos Beatles e com um programa na Rádio Planalto, ele sonhava em ser cineasta. Em seu quarto, no apartamento da família, na 303 Sul, em Brasília, acumulava um precioso acervo de discos e livros que refletiam seu espírito inquieto e criativo.
Nos anos 1980, com sua voz marcante e o desejo de expressar sua visão de mundo, Renato Russo fundou a banda Aborto Elétrico. Após mudanças, o grupo foi renomeado para Legião Urbana, tornando-se uma das maiores e mais influentes bandas da história do rock brasileiro.
A banda foi formada inicialmente por André Pretorius, filho de um embaixador sul-africano; o guitarrista Kadu Lambach, depois substituído por Dado Villa-Lobos; Marcelo Bonfá, amigo de Renato das aulas de natação na AABB; e Negrete, que atuava como segurança em eventos.
O primeiro show veio após muitos ensaios, em uma apresentação de abertura para os Titãs no Clube da Caixa Econômica, em Brasília. No entanto, foi em 1988, no Estádio Mané Garrincha, que a Legião Urbana fez história ao lançar o álbum Dois para 50 mil pessoas.
O show, infelizmente, foi interrompido por uma confusão na plateia, mas o carinho do público foi retomado em apresentações posteriores no Ginásio Nilson Nelson e na Sala Villa-Lobos.
Renato Russo faleceu em 11 de outubro de 1996, aos 36 anos, em seu apartamento no Rio de Janeiro, vítima de complicações causadas pelo vírus HIV. Deixou um legado composto por oito discos de estúdio e três registros ao vivo com a Legião Urbana, além de quatro álbuns solo. Entre eles, destaca-se o The Stonewall Celebration Concert, em homenagem a Robert Scott Hickmon, seu parceiro em San Francisco, nos Estados Unidos.
Mesmo após sua morte, a obra de Renato Russo continua inspirando novas gerações com letras profundas sobre amor, política e a existência humana. Se estivesse vivo, o poeta do rock brasileiro seguiria escrevendo sua história, mas seu legado, sem dúvida, permanecerá eterno.