O general e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal em sua residência, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Ele é apontado como um dos principais líderes na tentativa de golpe de Estado que buscava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil.
A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre os atos golpistas no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Polícia Federal, Braga Netto estaria dificultando as investigações, especialmente na produção de provas durante a fase de instrução do processo penal.
O general passará por audiência de custódia às 14h, realizada por videoconferência. Após a audiência, ele deverá ser transferido para o Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia em uma unidade do Exército.
Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, já havia sido indiciado pela Polícia Federal no mês passado junto a outras 36 pessoas.
As investigações indicam que o ex-ministro teve participação direta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado, incluindo reuniões estratégicas. Uma dessas reuniões, ocorrida em 12 de novembro de 2022 na casa do general, teria tratado do plano golpista, que incluía supostos atentados contra o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
A prisão do general ocorre em um momento crucial das investigações sobre a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Braga Netto é acusado de obstruir a justiça, agravando sua situação jurídica e reforçando o peso das acusações contra ele no inquérito em curso.
A detenção do militar representa mais um capítulo da crise política que marcou a transição de governo no Brasil. Autoridades continuam investigando a participação de figuras públicas nos eventos que abalaram a democracia brasileira nos últimos anos.