China: cristãos recebem ordens para abandonar símbolos cristãos e venerar Xi Jinping

Foto: Reprodução

A perseguição religiosa aos cristãos que vivem na China parece estar deixando cada vez mais os contornos políticos e passando a assumir características religiosas. Isso é notado, por exemplo, quando autoridades do Partido Comunista emitem ordens para que os seguidores de Jesus venerem os líderes do regime.

Por mais que a China permita a existência de algumas igrejas cristãs em seu país, as chamadas “igrejas regulares”, elas precisam conviver com a tentativa do governo de moldar a doutrina e costumes cristãos às ideologias do regime comunista, fazendo com que, na prática, a liberdade religiosa no país seja apenas de fachada.

“O secretário do Partido Comunista Chinês [PCC] do município me pediu para tirar e jogar fora a cruz e me disse para orar ao presidente Xi Jinping [e não mais a Deus] a partir de então”, disse um cristão local de 84 anos à organização Bitter Winter.

“Xi Jinping é um homem, não é Deus. Sinto-me triste com a descida da cruz, mas não há nada que eu possa fazer quanto a isso”, explicou o ancião, lembrando o momento em que um dos principais símbolos cristãos, a cruz, foi removida da sua presença.

Acompanhando a escalada de perseguição religiosa com ares de doutrinação herética, a Bitter Winter tem recebido inúmeros relatos de casos semelhantes, onde cristãos são intimidados para prestar culto aos líderes comunistas.

“Em junho, um oficial da vila no condado de Lin, administrado pela cidade de Lüliang, no norte da província de Shanxi, notificou repetidamente os moradores por meio das mídias sociais que deveriam remover todos os símbolos religiosos de suas casas”, relatou Bitter Winter.

“Ele afirmou que a cruz simbolizava ensinamentos heterodoxos, que deveriam ser eliminados de acordo com as ordens das autoridades superiores. Caso contrário, eles serão responsabilizados criminalmente. O funcionário enfatizou que as famílias pobres devem substituir os símbolos por imagens do presidente Xi Jinping”, destaca a organização.

Apesar dos cristãos serem os mais afetados pela perseguição do regime chinês, povos de outras tradições religiosas também sofrem com a intolerância e radicalismo político do Partido Comunista, como os budistas e hinduístas.

Informações por Will R. Filho / Gospel +

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