China usa câmeras de reconhecimento facial em igrejas para monitorar os cristãos

Foto: Reprodução

Na China, país que concentra o maior número de câmeras de vigilância do planeta, está investindo pesado na tecnologia para tentar controlar o avanço do cristianismo em seu território. Para isso, equipamentos de reconhecimento facial estão sendo implantados em várias igrejas.

A informação foi divulgada em mais um relatório da organização internacional Bitter Wintter, especializada em vigilância religiosa na China. Segundo a entidade, o governo comunista instalou mais de 200 câmeras em um condado da província de Jiangxi.

“As câmeras são feitas especialmente e instaladas com a aprovação do Departamento de Segurança Pública”, explicou um trabalhador que instalou as câmeras, dizendo ainda que o equipamento é utilizado para colher informações sobre os chineses monitorados.

“Todas as informações de identidade são armazenadas no sistema de vigilância do Departamento de Segurança Pública assim que as câmeras registram o rosto de alguém”, disse ele.

A ideia, supostamente, é monitorar pessoas que se encontram na “lista negra da polícia”, mas a Biter Wintter informa que o objetivo real é controlar a atividade religiosa dos cristãos, uma vez que as câmeras foram instaladas no templo das igrejas.

Como os equipamentos também captam áudio e são usados remotamente, tudo o que é dito dentro dos templos também pode ser interceptado. Ou seja, o governo comunista da China tem o poder de monitorar até mesmo a liturgia dos cultos e missas cristãos.

“Duas câmeras foram instaladas em nossa igreja: uma apontada para o pódio e a outra para a congregação”, disse um padre católico no relatório. “Temos que ser muito cautelosos com o que dizemos na igreja agora.”

Ainda segundo a Wintter, a própria Polícia confirmou o objetivo do monitoramento, o que tem preocupado a comunidade cristã na região de Poyang. “O governo instalará câmeras em todas as igrejas do condado e fechará qualquer local que as desobedecer”, disse um diácono local.

Gospel+ / por Will R. Filho

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