Delação de Cid aponta Bolsonaro como mandante de monitoramento de Moraes

Ex-presidente queria monitoramento do ministro do STF, diz Mauro Cid

Foto: Arquivo/ABR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria ordenado que militares espionassem o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2022. A informação veio à tona na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal.

Segundo Cid, Bolsonaro pediu que verificassem a localização do magistrado para “acompanhar” um encontro com o então vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em São Paulo. O militar disse desconhecer outros motivos para o monitoramento e apontou o coronel Marcelo Câmara como responsável pela execução da tarefa.

O depoimento, no entanto, não faz menção ao suposto plano para sequestrar ou assassinar Moraes, revelado pela PF em novembro do ano passado, que envolvia militares das Forças Especiais.

Nesta quarta-feira (19), Moraes retirou o sigilo da delação, usada como base para a denúncia contra Bolsonaro. O ex-presidente e outras 33 pessoas foram acusados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. As defesas terão 15 dias para apresentar suas manifestações.

A decisão do STF ocorre após advogados dos acusados reclamarem da falta de acesso à íntegra do documento. Moraes justificou a medida como essencial para garantir o contraditório e a ampla defesa. O caso reforça as investigações sobre uma suposta articulação golpista nos últimos meses do governo Bolsonaro.

google news