Ex-comandante da Aeronáutica confirma participação de Bolsonaro em reuniões sobre tentativa de golpe

Carlos de Almeida Baptista Júnior detalhou ao STF planos discutidos no governo Bolsonaro, incluindo prisão de Moraes e apoio de militares a uma ruptura institucional

Foto: Isac Nóbrega/PR

O ex-comandante da Aeronáutica durante o governo de Jair Bolsonaro, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (21) e confirmou que o então presidente participou de reuniões nas quais se discutiu uma ruptura institucional.

Segundo o militar, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, chegou a apresentar uma minuta de decreto golpista aos comandantes das Forças Armadas.

De acordo com Baptista Júnior, o almirante Almir Garnier manifestou apoio à proposta e teria colocado tropas à disposição do plano. O documento previa medidas como a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Ainda de acordo com o relato, o general Freire Gomes, então comandante do Exército, reagiu com firmeza e chegou a ameaçar prender o próprio presidente Jair Bolsonaro caso a proposta seguisse adiante. Baptista Júnior também destacou que foi alvo de pressões internas e ataques públicos por resistir ao movimento.

O ex-comandante afirmou que o golpe não foi adiante devido à falta de adesão unânime entre os altos comandos das Forças Armadas. Seu depoimento é considerado uma das peças mais relevantes nas investigações conduzidas pelo STF, por detalhar os nomes dos envolvidos, os métodos discutidos e os bastidores da tentativa de golpe.

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