O general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto teve sua prisão preventiva mantida após passar por audiência de custódia neste sábado (14).
A sessão foi conduzida por um juiz auxiliar do gabinete de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por autorizar a detenção. Braga Netto permanecerá detido no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.
A prisão, efetuada pela Polícia Federal (PF), está relacionada à acusação de que o general teria obstruído as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Braga Netto, apontado como um dos principais articuladores do plano, teria tentado acessar dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o relatório da PF, o objetivo era “impedir ou embaraçar as investigações em curso”, além de “controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados e consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”.
A investigação também identificou trocas de mensagens entre Braga Netto e o pai de Mauro Cid, nas quais ele buscava detalhes da colaboração premiada.
Outro elemento citado foi a entrega de dinheiro em uma sacola de vinho, que, segundo a PF, teria sido usado para financiar despesas relacionadas ao plano golpista. A decisão judicial aponta ainda que uma das reuniões sobre o suposto plano ocorreu na residência do general em novembro de 2022.
Braga Netto foi ministro-chefe da Casa Civil entre 2020 e 2021 e ocupou o cargo de ministro da Defesa entre 2021 e 2022. Ele também foi candidato à vice-presidência em 2022 na chapa de Jair Bolsonaro.
O STF informou que os “diversos elementos de prova” apresentados pela PF reforçam as acusações contra o militar, justificando a manutenção da prisão preventiva.