Governo diz que família Bolsonaro usou helicóptero por segurança

Sobrinho de Bolsonaro no helicóptero presidencial da FAB — Foto: Reprodução/Redes sociais
Sobrinho de Bolsonaro no helicóptero presidencial da FAB — Foto: Reprodução/Redes sociais

O uso de helicópteros da Presidência da República para transportar parentes do presidente Jair Bolsonaro para o casamento do filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em maio, foi justificado pelo Gabinete de Segurança Institucional pela “notória violência urbana que assola o Rio de Janeiro”.

O uso das aeronaves por convidados de Bolsonaro foi revelado em julho pelo G1. A cerimônia aconteceu em Santa Teresa, região central da cidade.

A resposta do gabinete comandado por Augusto Heleno foi publicada nesta segunda-feira (14) pelo “O Globo”. A justificativa foi apresentada num requerimento de informação feito pelo deputado federal Marcelo Calero (Cidadania).

O documento assinado pelo ministro Augusto Heleno nega que tenha havido improbidade administrativa.

“O Coordenador de Segurança de Área julgou pertinente que houvesse o deslocamento aéreo, em parte do trajeto, em virtude da notória violência urbana que assola o Rio de Janeiro”, diz o texto.

Na aeronave principal, Bolsonaro viajou ao lado do filho Jair Renan Bolsonaro. Em outra, oito convidados embarcaram.

O GSI alega que foram disponibilizados dois helicópteros para caso um deles falhasse e ainda garante que não houve “alocação de recursos adicionais” ao transportar toda uma comitiva.

‘Abalo moral’ em caso de ataque

De carro, o trajeto duraria 35 minutos. De helicóptero, foram 14. O parlamentar questiona por que os parentes não usaram um automóvel e se isso não seria mais barato. O GSI alega que não.

“O eventual deslocamento dos mesmos em comboio terrestre, além de aumentar consideravelmente o nível de risco, aumentaria os custos da manobra, haja vista que também é encargo deste GSI prover a segurança dos familiares do Senhor Presidente da República”.

No documento, datado de 4 de outubro, o ministro diz ainda que um eventual ataque à comitiva traria uma imagem ruim para o país — além de causar mal ao próprio presidente.

“Afigura-se claramente que o escopo do legislador foi proteger permanentemente a integridade física e moral do presidente, enquanto autoridade máxima da República. Ora, isso ocorre porque qualquer dano causado a um familiar do presidente, por óbvio, lhe causaria um desnecessário dissabor e, mais que isso, o abalo moral que o evento lhe infringisse repercutiria negativamente para imagem do Brasil”.

O que diz o GSI

À época, o GSI havia informado que “por razões de segurança” decidiu que o presidente e familiares dossem transportados nos helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo essa versão, como o casamento era em Santa Teresa, eles passariam por algumas comunidades perigosas. (G1)

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