Grupos da campanha de João Roma viram espaço para fake news e incitação a atos antidemocráticos

Com o fim da campanha e a derrota do deputado para o governador Jerônimo Rodrigues (PT), entretanto, os apoiadores de Roma e Bolsonaro continuaram a compartilhar mensagens nos grupos da plataforma. 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Os grupos de Whatsapp que foram usados pelo deputado federal João Roma (PL) durante sua campanha para governador da Bahia, no último ano, são agora espaço para compartilhamento de fake news e até de defesa de atos antidemocráticos. Nas plataformas oficiais do ex-candidato a governador, o link para participar dos grupos é compartilhado “para que as mensagens de João Roma e Jair Bolsonaro cheguem aos quatro cantos da Bahia”. 

Com o fim da campanha e a derrota do deputado para o governador Jerônimo Rodrigues (PT), entretanto, os apoiadores de Roma e Bolsonaro continuaram a compartilhar mensagens nos grupos da plataforma. 

No fatídico domingo, dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, os integrantes do grupo do deputado em Luís Eduardo Magalhães compartilharam vídeos ao vivo com títulos como “O povo tomou o Congresso” e “Patriotas indo para os quartéis nas suas cidades”. Acessados pelo Metro1 nesta sexta-feira (13), os vídeos estão privados ou indisponíveis.

Um texto compartilhado nesta quinta-feira (12) no grupo aconselha que os mais de 60 participantes do grupo limpem todo o histórico das suas redes, “excluindo qualquer coisa que possa ser deturpado pelos soldados do sistema”. “Por lei, é direito do cidadão se posicionar, mas tomem cuidado com cada posicionamento externado”, afirma a mensagem que começa com a ressalva: “Sabemos que ninguém aqui é criminosos e todos querem apenas o melhor para o nosso país”.                           


Captura de tela do grupo de Luís Eduardo Magalhães feita nesta sexta-feira (13)

Na segunda-feira, após os atos golpistas, um dos integrantes do grupo compartilhou um link que mostrava supostas mortes na Academia da Polícia Federal, onde 1,5 mil presos foram levados após a invasão ao Congresso. Até esta sexta, são comuns também compartilhamentos de crianças apreendidas. Não foi confirmada nenhuma morte durante a apreensão e idosos e mães com crianças foram liberados pela PF na última terça-feira (10). 

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou ainda ter montado uma estrutura de cinco tendas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

No mesmo grupo, a assessoria do deputado estadual Diego Castro aproveitou para compartilhar um texto informando que ele acionou o Ministério Público Federal para apurar possíveis violações aos direitos dos manifestantes detidos em Brasília. 

Além das fake news envolvendo os atos golpistas desta semana, são compartilhados também informações falsas sobre a vacinação contra a Covid-19, que a ligam ao acometimento de doenças. 

Metro1 entrou em contato com quatro assessores de João Roma, com o gabinete e enviou mensagem para o e-mail oficial do deputado, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta matéria. (Metro1)

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