Laudo do Flamengo aponta racismo de Ramirez contra outro jogador: ‘Está falando muito, seu negro’

Foto : Reprodução/PFC

O Flamengo comunicou ontem (22) que enviou para análise imagens da partida contra o Bahia que mostram uma outra discussão envolvendo o jogador Indio Ramírez, do Bahia, e outro atleta do clube carioca, o atacante Bruno Henrique. O jogador tricolor se envolveu em polêmica após ser denunciado pela acusação de racismo contra o volante Gerson. O atleta colombiano nega. Desta vez, a leitura labial feita por especialistas do Instituto de Educação de Surdos (Ines) mostrou que o jogador do time baiano ofendeu o atacante rubro-negro.

“O Flamengo encomendou a especialistas do INES – INSTITUTO DE EDUCACAO DE SURDOS, uma leitura labial da situação do Ramirez com o Bruno Henrique momentos antes do que se passou com o Gerson. A prova revelou que teria havido a ofensa, vamos apresentar ao STJD e entregar a polícia”, afirmou o vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, nas redes sociais.

Ao portal Globoesporte.com, três especialistas em leitura labial: Luis Felipe Ramos Barroso, Felipe Oliver e Mikel Vidal, este último filho de colombianos e com experiência em perícia na língua espanhola, confirmaram a acusação racista. Segundo os especialistas, Ramirez diz a Bruno Henrique o seguinte:

“Está falando muito, seu negro”.

Luis Felipe Ramos Barroso acrescenta que, no início da discussão, Bruno Henrique também xinga o colombiano.

“Gringo de merda”.

O entrevero aconteceu aos 20 minutos do segundo tempo – portanto, 13 minutos depois da acusação de Gerson ao próprio Ramirez. Bruno Henrique se irritou com o que achou cera de Ramirez na área do Bahia e começou a discutir com o colombiano. O jogador flamenguista nega ter ouvido a ofensa. Já o Bahia afirmou que não teve acesso ao laudo e que repudia as declarações com xenofobia.

“O Bahia informa que não teve acesso a nenhum laudo produzido sobre o tema e que contratou laudos próprios para fundamentar a sua decisão, que será firme e corajosa, fazendo jus ao trabalho de combate a todas as formas de preconceito realizado há três anos pelo clube. Além disso, lamenta que um jogo de futebol tenha transcorrido em clima tão agressivo de todas as partes, que, além da denúncia de racismo, protagonizaram desrespeitos mútuos, agressividades e xenofobia”, comentou. (Metro1)

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