Lula assina decreto que autoriza o Brasil a voltar a comprar energia elétrica da Venezuela

A compra de energia elétrica da Venezuela foi interrompida no governo de Jair Bolsonaro

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O programa Luz para Todos foi lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (4), em Parintins. Lula assinou um decreto que autoriza o Brasil a importar energia elétrica de países vizinhos. O documento possibilita que o país volte a comprar energia da hidrelétrica de Guri, na Venezuela. A comercialização foi interrompida no governo de Jair Bolsonaro.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista à GloboNews que parar de importar energia dos vizinhos venezuelanos foi uma decisão ideológica do governo Bolsonaro. Segundo ele, essa medida é necessária para que a linha de transmissão entre a Venezuela ao Brasil seja renovada.

“Uma decisão distorcida do interesse público deixou de comprar essa energia de Guri e passou a comprar energia de três usinas: duas a gás e uma a óleo, colocando mais de 40 caminhões por dia na BR-174 levando óleo diesel até a usina”, disse o ministro.
O novo decreto determina o estabelecimento de políticas nacionais para “integração eletroenergética com outros países”, disse.

O texto diz ainda que a compra de energia elétrica precisa ser aprovada pela Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, após manifestação do Operador Nacional do Sistema Elétrico e da deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico quando ao preço e à quantidade a ser importada.

Luz para Todos – No terceiro mandato de Lula, o programa Luz para Todos vai focar na Amazônia, local com o maior percentual de domicílios sem acesso à energia elétrica, segundo dados do IBGE. Os estados mais necessitados são o Acre, com 1,7% da população sem luz; Amazonas, com 1,2%; e o Pará, com 0,9% dos domicílios sem acesso à energia.

Em 2003, quando o programa Luz para Todos foi criado, o cenário era bem diferente. O problema maior estava no Nordeste. O Brasil tinha 49,1 milhões de domicílios, 1,4 milhão sem acesso à energia elétrica. Na época, os estados com o maior percentual de casas sem luz eram Piauí (17,1%), Tocantins (16,9%) e Maranhão (16%). (bahia.ba)

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