Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) analisaram a repercussão dos atos do dia 8 de janeiro, dizendo que o Brasil saiu mais forte e unido do episódio. Na ocasião, manifestantes invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto, causando enorme prejuízo material para o local. Os magistrados participaram da Lide Brazil Conference, evento que reuniu autoridades e empresários em Lisboa e que teve os atos como pauta. Além dos magistrados, participaram do evento o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; a ex-senadora e Ministra do Planejamento, Simone Tebet; e o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes. Após seus discursos, Lewandowski e Mendes concederam entrevistas exclusivas ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, deste sábado, 4.
Lewandowski afirmou que os atos resultaram em uma união “que há muito tempo não se via” e analisou que o país começa a nova gestão de maneira positiva para o futuro da nação. “Atos serviram para fortalecer a união entre os poderes e uma união, que há muito tempo não se via, entre governadores e governo federal. Acho que nós começamos a nove gestão de forma positiva, em que pesem as diferenças de opinião e partidárias. Todos estão caminhando juntos para construir um Brasil melhor. O que se percebeu é que, após as manifestações antidemocráticas, só a união de todos, independente de ideologias, permitirá que o Brasil alcance o destino merecido”, disse o magistrado, fazendo referência à reunião dos 27 governadores com o presidente após as invasões.
Mendes, por sua vez, comentou a sessão de abertura do ano no Judiciário na última quarta-feira, 1º. Na ocasião, a sessão contou com a presença de outras autoridades, como o presidente Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Ao falar sobre a ocasião, Mendes analisou-a como um exemplo de “democracia inabalada”, fazendo referência à campanha do STF, e defendendo a responsabilização dos responsáveis pelos casos. “Acho que a ministra Rosa Weber deu um exemplo de que, como sinalizou, inclusive, de ‘democracia inabalada’. Nós prosseguimos. Destroem-se prédios, mas as instituições permanecem inabaladas. Claro, ela também foi firme em seu discurso de que essas pessoas devem ser responsabilizadas. Não só os autores dos danos, mas também seus mentores. […] (Responsabilizá-los) É fundamental e isso é a base do Estado de Direito”, disse o ministro. (Jp)