Morre Alberico de Sousa Cruz, ex-diretor de Jornalismo da Globo

Alberico Sousa Cruz — Foto: Acervo/Globo

Morreu nesta terça-feira (10), aos 84 anos, Alberico de Sousa Cruz. O jornalista trabalhou nos principais jornais, revistas e emissoras do país. Na Globo, foi diretor-geral de Jornalismo e esteve à frente de coberturas marcantes no Brasil e no mundo.

Há dois anos e meio, Alberico recebeu diagnóstico de leucemia. Há uma semana, foi internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio, com complicações da doença e não resistiu.

Um homem do mundo
Alberico de Sousa Cruz se criou na fazenda dos pais, em Minas Gerais. O mineiro de Abaeté, de olhar apertadinho e sorriso largo, era, na verdade, um homem do mundo.

Aprendeu com a terra e se aperfeiçoou com os livros. Formou-se em Direito, mas seguiu outro caminho. Contar e fazer história era o que se lia no destino daquele jovem.

O nome Alberico de Sousa Cruz seria conhecido pelo Brasil como um dos jornalistas mais atuantes do país.

Passou por algumas escolas, como o Jornal da Cidade, o Binômio e a sucursal mineira da Última Hora.

“Na Última Hora, eu aprendi a fazer o pouco que sei em termos de jornalismo, com Celso Japiassu, Roberto Drummond, uma equipe muito boa. Eu era repórter de polícia, e meu chefe era uma figura admirável, o Fernando Gabeira”, disse.
Ainda trabalhou no Jornal do Brasil, na Revista Manchete, na Última Hora em Brasília, na revista Veja e em O Jornal, dos Diários Associados.

Coberturas marcantes na Globo
Alberico chegou à Globo em 1980, convidado por Armando Nogueira para ser o diretor de Jornalismo da emissora em Minas Gerais.

Dois anos depois, tornou-se diretor de Telejornais Comunitários da Central Globo de Jornalismo, no Rio.

Participou de algumas das mais importantes coberturas jornalísticas, como a morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1985.

O jornalista assumiu o cargo de diretor de Telejornais de Rede, em 1987. Em abril de 1990, Alberico de Sousa Cruz substituiu Armando Nogueira na direção da Central Globo de Jornalismo.

Um dos destaques da época foi a cobertura da Guerra do Golfo, em 1991, com repórteres em Israel, Jordânia, Iraque e Estados Unidos.

“Cobrimos a guerra como qualquer televisão americana estava cobrindo. Foi um sucesso”, disse ao Memória Globo.

As eleições presidenciais americanas de 1992, ancoradas pelo Jornal Nacional, de Nova York , e a Conferência do Clima, a Eco 92, no Rio de Janeiro, um acontecimento planetário, com a participação de 102 chefes de estado, foram algumas das coberturas especiais comandadas por Alberico.

Ficou na Globo até 1995. Depois, tornou-se sócio de um canal de TV a cabo regional e comandou o jornalismo da Rede TV até se aposentar, em 2002.

Alberico deixa mulher, Regina, duas filhas, Cristiana e Janaína, e três netos.

O que fica na memória da família e dos incontáveis amigos é a lembrança do homem alegre, descontraído e cheio de histórias, que buscou a leveza lá do começo da vida, pra não parar de sorrir.

“Adoro fazenda, gado. E vou à praia. Eu consegui ser sertanejo e homem do mar. Quer dizer, consegui o que queria na vida.” (G1)

Veja mais notícias no vozdabahia.com.br e siga o site no Google Notícias

google news