O Ministério Público Federal pediu, nesta terça-feira (02), acesso ao relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que compila alertas enviados ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) entre os dias 2 e 8 de janeiro sobre os atos golpistas contra as sedes dos Três Poderes. O documento havia sido enviado ao Congresso Nacional e está sob sigilo.
A petição é de autoria do coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR), Carlos Frederico Santos, e foi encaminhada ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes.
No documento enviado ao STF, Santos afirmou que os documentos compilados pela Abin “interessam à elucidação dos fatos em apuração” para justificar acesso dos investigadores da PGR ao relatório. O coordenador ainda argumentou que o segredo de Justiça não cabe mais, uma vez que o objeto já se esgotou. No pedido, Carlos Frederico mencionou informações divulgadas pela imprensa sobre os documentos entregues sob sigilo à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI).
De acordo com reportagem da Folha, o documento registra o envio de mensagens pelo WhatsApp a 13 órgãos ligados ao Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) e ao então ministro do GSI, general Gonçalves Dias, sobre ameaças dos atos. Com destaque para alertas sobre a chegada de golpistas no acampamento em frente ao QG do Exército nos dias que antecederam os ataques, os bloqueios a refinarias e rodovias federais pelo país, e a agressividade dos vândalos antes da invasão. (metro1)