Mulher que tomou ‘chá emagrecedor’ morre após rejeição de fígado transplantado

Foto: Reprodução / Redes Sociais

A enfermeira Mara Abreu morreu, nesta quinta-feira (3) em São Paulo, após tomar cápsulas de um “chá emagrecedor de 50 ervas”. Ela sofreu uma hepatite fulminante e precisou de um transplante de fígado. Entretanto, após o corpo rejeitar o órgão transplantado, a paciente acabou falecendo. As informações são do portal G1.

A médica gastroenterologista Liliana Ducatti Lopes, do Hospital das Clínicas de São Paulo, usou uma rede social para alertar para os riscos de tomar chás emagrecedores após Mara ter sido internada no hospital para o transplante.

Segundo Liliana, Mara teve hepatite fulminante após tomar um chá emagrecedor de 50 ervas, incluindo chá verde, carqueja e mata verde. De acordo com ela, há casos semelhantes ao da enfermeira na literatura médica, em que o paciente não tinha nenhum problema de saúde prévio, desenvolveu uma falência aguda do fígado gravíssima e precisava “transplantar urgente”.

“Quando olhamos o rótulo dessa medicação, já podemos identificar diversas ervas conhecidas por serem hepatotóxicas, por fazerem mal ao fígado. Dentre elas, a mais comum e mais conhecida é o chá verde. É muito bem descrito na literatura, há vários relatos e papers que mostram casos de hepatite fulminante causada por uso de chá verde”, disse Liliana.

De acordo com a médica, além do chá verde, carqueja e mata verde também são ervas conhecidas na literatura médica por serem prejudiciais ao fígado.

“Nós recomendamos não fazer o uso desse tipo de medicação: chá que desincha, chá detox, natural, erva… Não faça uso, desaconselhe as pessoas que você conhece. Isso tudo é charlatanismo e são descritos como hepatotóxicos, fazem mal para o fígado sim e podem levar à necessidade de um transplante de fígado”, comentou.

Mara morreu à espera de um segundo transplante de fígado, após o corpo rejeitar o primeiro órgão. O velório ocorreu nesta sexta-feira (4), em São Paulo. Ela era enfermeira no Hospital Santa Joana.

“E tudo isso por causa de uma medicação que poderia ter sido evitada, um falso remédio para emagrecer, uma falsa ilusão de que é natural e não tem problema. Tem problema sim”, finalizou Liliana.

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