Noruega e Dinamarca têm primeiros casos de “superespalhamento” da variante Ômicron

Foto:  Aleksandar Georgiev/Getty Images

Funcionário recém-chegado da África do Sul foi a jantar comemorativo da empresa em Oslo – onde infectou 120 pessoas; almoço de Natal em escola dinamarquesa termina com 53 contaminados

No dia 26 de novembro, a empresa de energia solar Scatec promoveu um jantar de fim de ano entre seus funcionários no Louise, uma mistura de resuraurante e bar em Oslo (capital da Noruega). Um dos participantes havia voltado recentemente da Cidade do Cabo, na África do Sul, onde a companhia mantém um escritório. Ele testou positvo para Ômicron – e, por isso, é considerado o marco zero do primeiro evento de “superespalhamento” da nova variante: 120 pessoas que estavam presentes ao Louise naquela noite foram infectadas. 70 eram funcionários da Scatec; os outros 50 eram clientes do restaurante, sem relação com o encontro da empresa. 

Essas pessoas estão em isolamento domiciliar, e não há informações sobre o estado de saúde delas. Embora a Ômicron já tenha sido detectada em diversos países, ainda não fez nenhuma vítima fatal. Isso tem levado cientistas e autoridades a supor que a nova variante possa se limitar a sintomas leves, ao menos em pessoas vacinadas. Mas ainda é cedo para saber isso, por várias razões: inclusive a de que a Ômicron foi descoberta há menos de duas semanas, tempo inferior a um ciclo completo de Covid-19.  

O outro caso de superespalhamento – em que um indivíduo infecta muitos outros de uma só vez – da Ômicron vem da Dinamarca, onde uma escola em Viborg (300 km a Oeste da capital Copenhague) realizou um almoço de Natal com aproximadamente 150 pessoas, das quais 53 foram infectadas pela variante Ômicron. Elas também estão em isolamento domiciliar. 

A capacidade de contaminar muitas pessoas em um só evento não é exclusividade da Ômicron. Logo no começo da pandemia, em março de 2020, uma pessoa infectou 14 outras durante um casamento em Itacaré, na Bahia. Naquele momento, o coronavírus ainda estava na variante “original”, de Wuhan. Também naquele mês, um infectado contaminou 32 outros durante o ensaio de um coral em Washington, nos EUA. 

Mas, de lá para cá, o surgimento de mutações foi tornando o coronavírus cada vez mais contagioso. Acredita-se que a Ômicron seja a variante mais transmissível de todas até agora, superando a Delta – e, por isso, seja especialmente propensa a eventos de superespalhamento.  

Por Bruno Garattoni / Superinteressante

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