OMS aprova acordo internacional para prevenção e resposta a pandemias após três anos de negociações

Novo pacto busca garantir acesso equitativo a produtos de saúde e melhorar coordenação global diante de futuras crises sanitárias

Foto: Divulgação/OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou nesta terça-feira (20), durante sua assembleia anual em Genebra, um acordo internacional voltado à prevenção, preparação e resposta global a futuras pandemias.

O documento é resultado de mais de três anos de negociações entre os países-membros e tem como objetivo fortalecer a cooperação internacional diante de emergências sanitárias.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou o acordo como um avanço significativo. “Este acordo é uma vitória para a saúde pública, a ciência e a ação multilateral. Coletivamente, nos permitirá proteger melhor o mundo contra futuras ameaças pandêmicas”, declarou em nota oficial.

O novo texto surgiu em resposta às falhas identificadas durante a pandemia de Covid-19, quando a falta de coordenação global resultou em desigualdade no acesso a vacinas, escassez de equipamentos de proteção e insumos médicos, especialmente nos países em desenvolvimento. Entre os principais pontos do acordo está a garantia de acesso mais justo a produtos essenciais de saúde em casos de novas pandemias.

A negociação do pacto ocorreu em um momento de dificuldades financeiras para a OMS, que tem enfrentado cortes orçamentários enquanto lida com crises de saúde simultâneas ao redor do mundo. A ausência dos Estados Unidos nas discussões também marcou o processo.

Após reassumir a presidência, Donald Trump anunciou a retirada do país da agência, decisão que deve se concretizar apenas em janeiro de 2026. Ainda assim, Washington já havia se afastado das negociações e não enviou representantes para a reunião em Genebra.

Anne-Claire Amprou, embaixadora da França para a saúde global e copresidente das negociações, destacou a importância do pacto.

“A pandemia de Covid-19 foi um eletrochoque. Nos lembrou de forma brutal que os vírus não conhecem fronteiras, que nenhum país, por mais poderoso que seja, pode enfrentar sozinho uma crise de saúde mundial”, afirmou.

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