Integrante da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) enviou um ofício para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no qual cobra explicações pela presença de suspeitos de terrorismo na Casa legislativa.
De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, ele questiona se algum parlamentar tem responsabilidade na permissão para que possíveis criminosos circulassem no prédio e em comissões do Senado.
Os suspeitos em questão são os bolsonaristas George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos, dois dos três homens identificados como envolvidos na tentativa de detonar uma bomba em Brasília.
Segundo a coluna, a Secretaria de Polícia do Senado localizou imagens da dupla em uma audiência da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle, no Senado, realizada no dia 30 de novembro. Na ocasião, eles acompanham e aplaudem um discurso do deputado Daniel Silveira (PTB) contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ainda de acordo com a publicação, a presença de George no local indica que o suspeito já tinha conexões em Brasília, inclusive no Congresso Nacional. “Algum parlamentar foi responsável, diretamente ou por intermédio de seus assessores, pelo acesso dos terroristas às dependências do Senado?”, questionou Randolfe Rodrigues em ofício encaminhado a Pacheco.
O senador perguntou ainda “quem são as pessoas com as quais os dois suspeitos de terrorismo conversam durante a audiência pública, em especial a partir do minuto 6h 59min 30s da referida audiência”.
Ele indagou também se a dupla esteve no Senado em outra data, o local em que estiveram e quem autorizou o acesso.
“As informações solicitadas, além de ampliar a transparência sobre os fatos narrados, servirão de subsídio para eventual representação ao Conselho de Ética caso algum parlamentar tenha facilitado ou se envolvido com os suspeitos de terrorismo”, pontuou o parlamentar, que classificou como “grave” o fato da Casa ter sido “palco para que suspeitos de terrorismo organizassem ataques à democracia”.
Conforme apurou a coluna, a polícia legislativa já sabe quem autorizou a entrada de George Sousa no Senado, mas trata a informação como sigilosa. (ba)