A discussão em torno do racismo motivou o pastor, cantor e produtor musical Wesley Ros a se pronunciar sobre o tema, queixando-se do uso da cor da pele como um fator de divisão social. Enfático, criticou o termo “raça negra”, dizendo que a única raça é a humana.
O vídeo de Wesley Ros sobre o assunto viralizou nas redes sociais, e já conta com mais de quatro milhões de visualizações. Um dos pontos abordados pelo pastor foi a acusação feita pela cantora Elisangela Silva, ex-integrante do grupo Kemuel, que afirmou ter sido vítima de preconceito por parte dos antigos companheiros.
Em nota, o grupo negou as acusações: “Sempre repudiamos o racismo. Aqueles que, de fato, têm uma fé centrada em Jesus Cristo, não podem assumir outra posição. Ser um não significa sermos iguais. É exatamente na nossa diferença, como nos membros de um corpo ou nos filhos de uma família, que se manifesta a multiforme graça e sabedoria de Deus”, defendeu-se o Kemuel.
Wesley Ros, que disse já ter sido demitido de um emprego por causa da cor da pele, tinha publicado um curto texto em que dizia que parte dos protestos contra o racismo são usados para fazer vitimismo e uso político do tema.
“PRETOS olham para o para-brisa, NEGROS olha para o retrovisor; PRETOS irão amar e elogiar, NEGROS irão odiar e criticar; PRETO É gente, NEGRO é raça? Não, a raça se chama HUMANA… negro é vítima, ativistas e racistas. É só ler os comentários e descobrirão quem é PRETO e quem é NEGRO… bora lá ler?”, escreveu.
Diante da polêmica que a postagem inicial causou, Wesley Ros gravou um vídeo aprofundando sua opinião sobre o tema: “Estão dizendo que eu tenho que defender a raça negra. Que raça? Negra? Eu não conheço. Não conheço e não respeito, porque eu não sou negro, eu sou preto. Preto é cor. Branco é cor. Vermelho é cor. Amarelo é cor. Cinza é cor. Negro é um nome afro para separar o preto do branco, para dizer ‘o preto tem raça, o branco, não’”.
“Qual é a raça do branco? Raça branca? E a do preto? Raça negra”, ironizou o pastor. “Aqui começa o preconceito”, acrescentou.
Wesley Ros, então, detalhou um episódio em que foi demitido de um estabelecimento comercial por ser negro e sua presença ser considerada incômoda pelos clientes, mas demonstrou não ter se abalado: “Eu olhei à frente. Conquistei. Hoje eu tenho um baita de um estúdio bacana, hoje eu tenho uma agência de turismo em Israel, um escritório em Alphaville, uma gelateria dentro de um shopping”, afirmou.
“Vocês não escrevem ‘nunca foi sorte, sempre foi Deus’? Agora depende de um branco? ‘Ah, o branco não me deu oportunidade. Os pretos, negros, não é, que são menos favorecidos’. Você quer quantos nomes e quantas histórias, de quantas famílias brancas, menos favorecidas, na miséria, na pobreza, na dependência, nos guetos, debaixo da ponte, e a cor da pele deles é branca?”, reiterou.
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