No início de agosto, Edilene Lôbo foi nomeada pelo presidente Lula (PT) e se tornou a primeira ministra negra a ocupar uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista ao portal Uol, a mineira de Taiobeiras falou sobre os desafios enfrentados para chegar no cargo e confessou ainda que já sofreu racismo depois da posse.
“Esses dias eu ouvi um comentário racista de uma pessoa que me disse que eu nem era tão escura. Este lugar e esta missão são a um só tempo resultado e ponto de partida de lutas históricas de grupos minorizados para vencer uma herança estrutural de desigualdade de oportunidades”, afirmou.
Segundo Edilene, a representatividade de se ter uma mulher negra em espaços majoritariamente branco e masculino é de suma importância.
“A Constituição Brasileira diz que nós devemos aplicar o princípio da igualdade em todos os espaços, especialmente no público. Assim, eu acrescento aqui a igualdade de gênero. E quando nós falamos do combate à discriminação de raça, a Constituição também fala sobre pluralismo. Ela se refere ao pluralismo político, mas eu acrescento a pluralidade de etnias, raças etc. Falar de mulheres negras nos espaços decisórios, então, é trabalhar com a conexão desses princípios constitucionais.”, comentou ao Uol.
Questionada pela reportagem sobre como se sente ao ocupar um cargo tão importante, ela foi sincera e admitiu sentir muito orgulho do feito alcançado.
“Durante minha vida inteira eu me preparei para estar aqui. Então tenho orgulho de poder subir um degrau tão importante na minha carreira, na corte máxima da Justiça Eleitoral do Brasil. Só que, além do orgulho, também sinto uma responsabilidade, porque espaços públicos como esse são espaços coletivos”, concluiu.
(Bnews)