Proposta proíbe subir salário mínimo acima da inflação por 2 anos. Uma das propostas enviadas pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional estabelece medidas de emergência a serem adotados pela União e por estados e municípios em situação de grave crise nas contas públicas.
Uma delas proíbe reajustar o salário mínimo acima da inflação por dois anos. Segundo a proposta, as medidas emergenciais poderão ser adotadas pelo governo federal se o Congresso autorizar o descumprimento da chamada Regra de Ouro, que impede o governo de se endividar para pagar gastos básicos. Para estados e municípios, a emergência acontece quando as despesas ultrapassarem 95% das receitas. A proposta ainda será analisada pelo Senado e, se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados.
Governo já previa fim do aumento real Em abril, o governo já havia decidido acabar com o reajuste do salário mínimo acima da inflação, dando apenas a correção pela inflação medida pelo INPC (Índice Nacional do Preços ao Consumidor).
A decisão representou uma mudança em relação ao modelo de reajuste do mínimo adotado por lei a partir de 2007, nos governos do PT, e que perdeu validade em 1º de janeiro deste ano.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, havia afirmado que o salário mínimo só teria aumento real, acima da inflação, se fossem aprovadas as reformas fiscais.
Salário mínimo de R$ 1.031 em 2020
O salário mínimo para o próximo ano ficará em R$ 1.031. O valor representa redução de R$ 8 em relação ao projeto de lei do Orçamento Geral da União do próximo ano; que previa mínimo de R$ 1.039 para o próximo ano.
Ao anunciar a revisão das estimativas, Rodrigues destacou que a nova política para o salário mínimo só será decidida nas próximas semanas pelo presidente Jair Bolsonaro. O secretário de Fazenda, no entanto, diz que o valor servirá de referência para o Palácio do Planalto.
Situação de emergência fiscal
A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) apresentada pelo governo inclui medidas permanentes e temporárias de ajuste nas contas de União, estados e municípios em caso de emergência fiscal. No caso das medidas temporárias, elas valerão por dois anos e incluem a redução da jornada e salário dos servidores públicos em até 25%. No estado de emergência:
- Os entes da federação não podem promover funcionários, com exceção de serviço exterior, judiciário, membros de MP, policiais e militares;
- Também ficam impedidos de dar aumento de salário, criar cargos, reestruturar carreiras, fazer concurso ou criar verbas indenizatórias;
- Fica suspensa a criação de despesas obrigatórias e de benefícios tributários;
- Permite redução de até 25% da jornada de trabalho (e dos vencimentos) dos servidores.
Entre as medidas permanentes está a previsão de uma lei complementar para definir indicadores, níveis sustentáveis de endividamento e regras para a dívida pública.
Fonte: UOL