Reprise de ‘Malhação – Viva a Diferença’ supera anteriores em audiência

Foto: Sergio Zallis / Reprodução / TV Globo

Apesar da apreensão inicial, a decisão dos canais de TV em recorrer às reprises durante a pandemia do novo coronavírus parece ter dado certo. Além de “Fina Estampa” (2011-2012), “Malhação – Viva a Diferença” (2017) também elevou a audiência da Globo e melhorou seu desempenho entre jovens e homens.

A reprise, que chega nesta segunda-feira (24) em seu 100º episódio, registrou até agora média de 20 pontos no PNT (Painel Nacional de Televisão), do Ibope – cada ponto equivale a 254 mil domicílios. O número é inferior ao da primeira exibição (22 pontos), mas supera a média das duas temporadas anteriores. Segundo a emissora, “Malhação – Toda Forma de Amar” (2019-2020) terminou com média de 18 pontos no PNT, mesmo índice de “Malhação – Vidas Brasileiras” (2018-2019), que foi exibida anteriormente.

Além disso, a reprise atual conseguiu a façanha de elevar a audiência do canal entre jovens e homens. O momento atípico, de pandemia e isolamento social, pode ter contribuído, mas, em números, a faixa de “Malhação” cresceu 21% entre homens, 26% entre crianças e 27% entre adolescentes, nos sete primeiros meses de 2020, segunda dados do PNT.

Para o ator Mouhamed Harfouch, 42, que deu vida ao professor Bóris, o sucesso da trama é resultado dos temas abordados e da forma como isso foi feito: “Isso é a coragem de a Globo e de Cao [Hamburger, autor] de não fugir de assuntos espinhosos e encarar que o jovem tem plena condição de debater, questionar, se posicionar.”

“Essa é uma ‘Malhação’ moderna, atual e que propicia um diálogo saudável entre pais e filhos. Ela se conecta com o público jovem e consegue tratar temas complexos, como liberdade, valores morais, tolerância, direitos iguais, ética, cidadania, de uma forma que não afaste o jovem, muito pelo contrário.”

Ana Flávia Cavalcanti, 38, que interpreta a diretora Dóris, destaca os mesmo pontos, mas acrescenta mais um para explicar o sucesso da trama. “Para mim, o diferencial foi a mudança muito sagaz de trocar a história de um amor românico, com um casal geralmente heteronormativo, para a relação de cinco amigas.”

“[“Malhação”] Mostrou aos jovens que existem outras coisas além do amor romântico. Tem você em relação ao mundo, às diferenças. E o fato de serem amigas tão diferentes, em raça, classe social. A escola pública versus a privada. Esses mundos se encontrando foi um acerto. Não alcançou não só os jovens, mas as famílias.”

“Malhação – Viva a Diferença” já havia ganhado destaque em sua primeira exibição. Conquistou o prêmio Emmy International Kids 2018 e ganhará uma série mostrando a vida das amigas Ellen (Heslaine Vieira), Lica (Manoela Aliperti), Tina (Ana Hikari), Benê (Daphne Bozaski) e Keyla (Gabriela Medvedovski) seis anos depois -“As Five”, que vai estrear no dia 12 de novembro no Globoplay.

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