Senadores do PSL pedem fim de sigilo de operação que liga PCC ao PT

Soraya Thronicke (PSL-MS) e Major Olimpio (PSL-SP) (Jefferson Rudy/Waldemir Barreto/Agência Senado)
Soraya Thronicke (PSL-MS) e Major Olimpio (PSL-SP) (Jefferson Rudy/Waldemir Barreto/Agência Senado)

Os senadores do PSL Soraya Thronicke (MS) e Major Olimpio (SP) protocolaram, nesta segunda-feira, 12, um ofício junto ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a quebra de sigilo da Operação Cravada, em que supostos membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) afirmam tem um “diálogo cabuloso” com o PT.

No ofício, endereçado à Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, Thronicke e Olimpio alegam que “as afirmações feitas são graves e é de fundamental importância que o inteiro teor de todos os diálogos e demais dados, constantes da investigação, tornem-se públicos”. Os parlamentares dizem, ainda, que “a bem do interesse público e tendo em vista o teor do diálogo divulgado, não há motivos que ensejem qualquer sigilo, uma vez que o interesse da sociedade está posto para o conhecimento da realidade dos fatos já investigados, até mesmo pela gravidade de seu conteúdo”.

Conversas interceptadas pela Polícia Federal entre integrantes da facção criminosa levantam indícios de que os criminosos mantinham diálogo com pessoas ligadas ao PT. Os grampos constam em relatório da operação que desmantelou um núcleo financeiro da facção criminosa que agia de dentro de presídios do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Uma escuta telefônica, datada de abril deste ano, mostra dois presos conversando pelo celular sobre a transferência de 22 membros da cúpula da facção para o sistema penitenciário federal realizada em fevereiro deste ano numa ação conjunta entre o governo de São Paulo e o Ministério da Justiça. De dentro da cadeia, Alexsandro Pereira, conhecido como Elias, se queixa do papel do ministro da Justiça, Sergio Moro, na remoção dos líderes, que estavam presos em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

“Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão. (…) Então, se os cara começou mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê? ‘Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não’. Esse Moro aí, esse cara é um filha da p…, mano. Ele veio pra atrasar. Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano”, disse Elias, conforme o áudio transcrito pela PF.

Em nota, o PT afirmou que que esta é mais uma armação “forjada” contra a sigla, e “vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas”, referindo-se ao ministro Sergio Moro. “Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele”, acrescenta o texto enviado pelo Partido dos Trabalhadores. Em suas redes sociais, o líder do PSL no Senado disse que “como o PT nega”, espera que o partido apoie a iniciativa. (Veja)

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