O Voz da Bahia entrevistou nesta segunda-feira (26) em sua Live no programa Meio-Dia e Meia, o Promotor de Justiça, Dr. Julimar Barreto, que discorreu acerca da sua posição contrária a instalação do Atakadão Atakarejo no Centro de Santo Antônio de Jesus. Na última sexta-feira (23), foi realizada uma reunião com os representantes do Atakadão Atakarejo, MP (Ministério Público) e vereadores da cidade, onde discutiram sobre os prós e os contras da instalação do empreendimento no Centro do município.
Na ocasião, o MP, através do promotor de Justiça, já havia pontuado ser contra o empreendimento no Centro da cidade, mas a favor da instalação nas proximidades das BA-046 (relembre aqui).
Após a reunião da Câmara, o vereador Délcio Mascarenhas (PSB) afirma: “o Ministério Público não é poder (como os poderes governamentais: executivo, legislativo e judiciário), sendo ele opinativo” (reveja aqui). Ao Voz da Bahia, o Promotor garantiu que seu trabalho no MP é isento e imparcial, “tenho que esclarecer a alguns vereadores, que atuo em Santo Antônio de Jesus há 21 anos, as pessoas me conhecem e sabem que opero com imparcialidade em defesa da sociedade, através do MP que é o fiscalizador da lei. Ele não é um poder como os outros órgãos, mas é sequencial para a administração da Justiça. Não quero ser mais que ninguém, não desejo atuar mais do que outro órgão, mas tenho que fazer meu papel, incomodando os poderosos e o poder econômico ou não. Para isso, temos a inamovibilidade (garantia constitucional concedida aos magistrados e membros do ministério público de não serem transferidos, salvo por relevante interesse público), algumas garantias constitucionais para poder fazer frente ao poder econômico. O município está tendo a maior boa vontade de instalar o empreendimento, ao contrário do que alguns vereadores estão dizendo, não há burocracia exagerada ou criando obstáculos, está sendo analisado o que está na lei. O empreendimento apresentou um projeto totalmente viciado, com erros e até má-fé”, revelou.
Ainda sobre a afirmação de Délcio ao apontar que o MP está equivocado no assunto do Atakarejo, o Magistrado garantiu que quem está errado é o vereador, “é justamente o contrário, quem está equivocado são esses políticos que estão falando coisa que não sabe. Parece que eles são mais juristas do que outros quaisquer. O MP atua com isenção, com imparcialidade, não tenho rabo preso e não recebo benefício nenhum de grupo político, ao contrário de outras pessoas que podem estar recebendo. Posso falar com propriedade, quero o melhor para o povo, e não o que ocorre apenas em época de eleição, que o político vai à caça dos pobres para ter seu voto. Acabou a eleição, esquece dos necessitados. Está equivocado o vereador que fala que não tem lei proibindo o estabelecimento naquele local e posso provar. O PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) na lei complementar 019 de 2004 que está em vigor, em seu artigo 18 que fala da hierarquia das ruas, e no anexo 1 quadro 1, está definida a vedação de trânsito de veículos de carga em via local, que é o caso da Rua Joaquim Rosendo Pinto Filho, do lado da Unimed”, observou.
O Promotor foi questionado pelo Voz da Bahia se a sua opinião sobre o Atakarejo é particular ou está representa o pensamento do Ministério Público, Dr. Julimar apenas ressaltou que está beneficiando a cidade e que parece uma questão de birra, “queremos que o empreendimento venha para cá e com certeza o Atakarejo vai vir, pois, Santo Antônio de Jesus é um polo econômico poderoso. O que não queremos, é que seja implantado em local impróprio, que fira a lei, que desrespeite os anseios de crescimento ordenado da cidade. Parece que é uma questão de birra, pois, tem um empresário que ofereceu uma área de graça, claro que o empresário vai ganhar com a valorização do terreno dele, mas está a disponível aquele local grande e o Atakarejo só quer no Centro, parece aquelas crianças birrentas e malcriadas que só quer ali”, esclareceu.
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Reportagem: Voz da Bahia