O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez sua primeira aparição pública após a cirurgia de emergência no crânio realizada na última semana.
Na manhã deste domingo (15), Lula surpreendeu ao entrar no auditório do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, durante a coletiva de imprensa de sua equipe médica, logo após receber alta.
Durante sua fala, Lula relatou os sintomas que o levaram à internação, agradeceu à equipe médica e comentou a prisão do general Walter Braga Netto, decretada no sábado (14).
O ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro é investigado em um inquérito que apura tentativas de golpe de Estado após as eleições de 2022, incluindo um suposto plano para assassinar o presidente, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula defendeu o respeito ao direito de defesa, mas reforçou que, se as acusações forem comprovadas, a punição deve ser rigorosa.
“Eu acho que ele tem todo direito à presunção de inocência. O que eu não tive, eu quero que eles tenham. Todo o respeito para a lei ser cumprida. Mas, se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente”, afirmou o presidente.
De acordo com a Polícia Federal, Braga Netto já foi indiciado e poderá se tornar réu após análise do caso pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Lula classificou como inadmissível que figuras de alta patente militar tenham participado de uma suposta conspiração tão grave.
“Não é possível a gente admitir que, num país generoso como o Brasil, a gente tenha gente de alta graduação militar tramando a morte do presidente da República, do vice-presidente e de um juiz que presidia a Suprema Corte Eleitoral”, declarou.
O presidente também criticou o governo Bolsonaro, chamando o período de “uma praga de gafanhoto” e destacando sua prioridade em fortalecer a democracia e as instituições brasileiras.
“Na verdade, o Brasil não teve um governo de 2019 a 2022, o Brasil teve uma praga de gafanhoto, que resolveu destruir os valores, o respeito à democracia, às instituições, à governabilidade desse país”, concluiu Lula.