Vídeo: Jovem agredida a pauladas no bairro do Andaiá em SAJ, mãe acredita em homofobia

Imagem: Reprodução / Voz da Bahia

O Voz da Bahia entrevistou nesta sexta-feira (25), a mãe da jovem Yasmim Santiago, vítima de agressões a golpes de madeira e diversos xingamentos nesta última quinta-feira (24), no Largo do Andaiá em Santo Antônio de Jesus (reveja aqui).

Durante a entrevista ao Voz da Bahia, a mãe, dona Arildete Bispo dos Santos, disse estar indignada com o caso e afirmou que não vai prestar queixa na delegacia, “estou aqui em nome das mães que representam o direitos LGBTQAI+, que a gente vive em um mundo muito desumano. Espero em Deus que seja a última vez que isso aconteça. O sofrimento de uma mãe ver a filha ser espancada por uma pessoa ruim de vida, que não é pai, não é mãe, nada da pessoa. Eu estou indignada, muito triste pela minha filha, até agora, ela não tem condições de falar sobre o assunto, está traumatizada. Ontem, recebi o telefonema informando para que pudesse comparecer no Hospital Regional, quando cheguei lá encontrei minha filha com 7 pontos na cabeça, desacordada pelas agressões físicas e verbais. Espero que isso não aconteça nunca mais. A pessoa que fez isso entrego a Deus, que Cristo faça justiça. Eu não vou para a polícia, só entrego a Deus”, explicou.

A mãe contou que a filha estava com a namorada na Praça do Andaiá quando as agressões iniciaram, “ela estava lá comendo uma acarajé, uma pessoa saltou de um carro e começou a agredir verbalmente, depois fisicamente com um pedaço de madeira acertando na cabeça dela onde veio desmaiar. Eu não posso afirmar o que realmente aconteceu, mas essa pessoa que fez isso, acredito que não tem amor próprio, não gosta de ver a felicidade no outro. Minha filha é lésbica, e com todo carinho e respeito por todos LGBTs, estou aqui para apoiar toda a classe, pois mãe que é mãe, aceita seu filho como ele é. Todos os dias digo a ela, estou a todo momento com você e vou te defender até o fim. Ela estava com a namorada e outras pessoas próximas. Estavam sentadas comendo acarajé como uma pessoa normal”, contou.

Arildete admite ainda, que acredita que a ocorrência tenha sido um caso de homofobia, tendo em vista o que o acusado falou durante as agressões, “acredito que tenha sido uma questão de homofobia, é muito preconceituoso, a pessoa falou diversos nomes que não vou citar aqui, falando, ‘se você é isso, porque que você não é assim’. Ela falou: ‘me deixe em paz’. Ele continuou as agressões verbais até as físicas, e diversas pessoas na praça, ninguém socorreu. A namorada da minha filha pegou ela um pouco sonolenta, levou até um posto de gasolina próximo, ficou esperando e ninguém deu socorro, quando chegou uma pessoa que disse que iria levar para o hospital. Ela está atordoada, os médicos estão esperando passar 48 horas para fazer novos exames”, declarou.

A mãe da jovem concluiu dizendo que o acusado ameaçou toda sua família, para que os mesmos não registrem um boletim de ocorrência, “eu não vou prestar queixa, pois o acusado nos ameaçou, falou que caso nós déssemos queixa, iria começar pela criança e matar todos nós. Por isso, não vou dar queixa, a justiça dos homens demora de acontecer, a gente não tem segurança. Mas na delegacia eu não vou prestar queixa, pois Deus que é dono da justiça é que vai fazer isso”, concluiu.

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Reportagem: Voz da Bahia

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