Deputada federal, cantora gospel, pastora e, desde 2020, ré na Justiça do Rio de Janeiro, sob suspeita de mandar matar o marido, Flordelis (PSD-RJ) almeja a reeleição. “Quem me colocou na política foi Deus, e eu não vou desistir por que hoje eu tô passando por um período difícil”, disse em entrevista à Folha de São Paulo. A evangélica foi a candidata à Câmara mais votada pelos fluminenses em 2018.
A deputada que em 2019 concorreu à presidência da bancada evangélica agora está na mão de seus pares, alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara que pode resultar em sua expulsão da Casa. Em fevereiro, o Tribunal de Justiça do Rio chegou a pedir o afastamento da parlamentar, mas o Congresso ainda não se manifestou. “Não acredito nesta cassação, sinceramente não acredito. Acredito muito que Deus vai trabalhar em Brasília.”
Flordelis é apontada como a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo. A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela responderá por tentativa de homicídio. Além da parlamentar, outras 11 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio.
O inquérito do concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família — o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo. Após o crime, Flordelis relatou em depoimento e à imprensa que o pastor teria sido morto em um assalto.