Porque os melanócitos – células que ficam nos folículos capilares e produzem melanina – se desgastam e deixam de fabricar o pigmento com o passar do tempo. A cada novo ciclo capilar, que dura entre 4 e 5 anos, a melanina tem que ser impregnada na haste do cabelo para poder haver a pigmentação normal, deixando o telhado castanho, ruivo, louro, preto.
Para homens brancos, isso costuma acontecer por volta dos 35 anos. Homens negros normalmente ficam grisalhos mais tarde, lá pelos 45. Pessoas com síndrome de Down, por exemplo, tendem a começar a contar cabelos brancos mais cedo. Deficiências nutricionais (de ferro, cobre, vitamina B12), estresse, problemas na tireoide, exposição à poluição ou tabagismo também podem acelerar o processo.
Não se sabe por que, exatamente, essas células encerram as atividades. Mas o fato é que, mesmo que o cabelo escuro tenha sido importante para a sobrevivência na Pré-História, a seleção natural não conseguiria criar humanos com cabelo eternamente pigmentado.
Se uma característica deletéria só se manifesta após o fim da idade reprodutiva, ela não é eliminada da população, pois não impede seu possuidor de fazer bebês (e eles, obviamente, herdarão esse traço, que se manifesta apenas na velhice). Lembre-se: os processos darwinianos são puramente mecânicos.
Esse é, em última instância, o motivo de todo envelhecimento. E também a razão de doenças como Huntington permanecerem na população. Como ela se manifesta só após os 30 ou 40 anos, os possuidores têm filhos antes de saber que estão em risco. Você pode entender melhor esse processo nesta matéria.
Pergunta de @pedroivoantunes, via Instagram.
Fontes: Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, Luiz Gameiro, do departamento de Dermatologia Geriátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Por Bruno Vaiano – Superinteressante