A Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou detalhes alarmantes sobre um plano articulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, que incluía uma fuga do país caso o golpe de Estado que planejavam fracassasse. O conteúdo da denúncia, apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), revela que a trama foi discutida antes mesmo das eleições de 2022 e fazia parte de um conjunto de ações para manter Bolsonaro no poder.
Segundo o documento obtido pelo Bahia Notícias, a ideia de um plano de contingência foi formulada em março de 2021, após a decisão judicial que tornou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva novamente elegível, com a anulação das condenações que haviam sido impostas a ele. Naquele momento, aliados de Bolsonaro começaram a avaliar que, caso o então presidente desobedecesse decisões do STF, poderia enfrentar consequências severas. Nesse contexto, a alternativa de fuga para fora do Brasil foi levantada, caso o golpe planejado não se concretizasse.
Após o segundo turno das eleições de 2022, o plano de fuga se fortaleceu nos bastidores, com o grupo de Bolsonaro intensificando os ataques contra o sistema eleitoral e discutindo meios de evitar sua saída do cargo, caso o golpe falhasse. A PGR descreve a operação golpista como estruturada em várias etapas, com destaque para um plano denominado “Punhal Verde Amarelo”, que visava eliminar figuras-chave do Estado democrático de direito.
Assassinatos e conspiração
Em um dos pontos mais graves da denúncia, a PGR revelou que o grupo próximo a Bolsonaro não apenas articulou um golpe de Estado, mas também planejou assassinatos de figuras importantes da política e do judiciário. Entre os alvos estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Essas revelações aumentam a gravidade da situação, com a PGR buscando responsabilizar os envolvidos na articulação golpista e nas tentativas de atentados à democracia. O caso segue sendo investigado pelo STF, e novas informações podem surgir nos próximos dias.